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Novembro Azul: Fiocruz destaca práticas inspiradoras de cuidado com a saúde do homem

Este mês marca a campanha Novembro Azul, voltada à conscientização sobre a saúde do homem e à importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata — o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que entre 10% e 16% da população masculina desenvolverá a doença ao longo da vida. Em 2023, o país registrou 17.093 óbitos, o equivalente a cerca de 47 mortes por dia, e a projeção é de 71.730 novos casos por ano no triênio 2023-2025 — números que reforçam a urgência de ampliar o acesso ao cuidado e fortalecer a cultura da prevenção.

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), criada pelo Ministério da Saúde, orienta ações que buscam reduzir a morbidade e a mortalidade dessa população, promovendo condições de vida mais saudáveis e o enfrentamento dos fatores de risco. E eles não são poucos: os homens ainda morrem mais que as mulheres em todas as faixas etárias até os 80 anos, e a expectativa de vida deles é 7,1 anos menor. Entre os principais motivos de morte na faixa de 20 a 59 anos estão causas externas (como violências e acidentes), doenças do aparelho circulatório e as neoplasias, grupo em que o câncer de próstata se destaca.

Estilo de vida e desafios de acesso

Além dos fatores biológicos, o estilo de vida e o comportamento de autocuidado exercem papel decisivo na saúde masculina. Pesquisas apontam que os homens procuram menos os serviços de saúde e realizam menos exames preventivos do que as mulheres. Essa realidade, somada a hábitos de risco, como o consumo excessivo de álcool, alimentação inadequada e sedentarismo, eleva a probabilidade de doenças crônicas e reduz a chance de diagnósticos precoces.

Para enfrentar esses desafios, o SUS tem ampliado estratégias e ações com base na PNAISH voltadas à promoção da saúde do homem, muitas delas mapeadas e compartilhadas pela Plataforma IdeiaSUS Fiocruz, ambiente virtual que reúne mais de 3,5 milpráticas exitosas de todo o país. No mês do Novembro Azul, essas experiências se tornam exemplos concretos de como o cuidado pode ser construído de forma integral, humana e participativa. Ao reunir, valorizar e compartilhar essas iniciativas, a IdeiaSUS contribui para difundir práticas que inspiram novas formas de cuidar da saúde do homem no SUS, reforçando o princípio da integralidade e o papel da prevenção como caminho essencial para uma vida mais longa e saudável.

Experiências do SUS que inspiram o cuidado masculino

Em Porto Seguro (BA), a prática Mobilização social para detecção precoce do câncer de próstata na população indígena do município de Porto Seguro mobilizou a comunidade pataxó, garantindo mais de mil procedimentos em homens com mais de 40 anos, fortalecendo o diagnóstico precoce e o diálogo intercultural em saúde. Em Queimadas (PB), a iniciativa Saúde do homem além das fronteiras: a força da intersetorialidade municipal promoveu uma abordagem ampliada, que vai da sexualidade e paternidade à saúde mental, articulando diferentes setores e reduzindo barreiras no itinerário terapêutico para detecção e tratamento do câncer de próstata.

Outras experiências mostram como a ampliação do acesso pode transformar realidades. Em Santa Cruz (PB), o serviço Saúde do homem: mais acesso e qualidade com atendimentos noturnosfacilita o atendimento de trabalhadores que não conseguem buscar os serviços em horário comercial, enquanto em Esperança (PB), a ação Promovendo a saúde do homem: rompendo os entraves e ampliando a oferta de serviços oferece atendimentos em horários e datas diferenciadas, resgatando o vínculo entre o público masculino e as unidades básicas de saúde.

Em Petrópolis (RJ), a prática Indicadores para monitoramento das ações de promoção e atenção à saúde do homem fortalece a gestão e o planejamento das ações, com a construção de indicadores baseados na PNAISH, contribuindo para o conhecimento e acompanhamento do perfil de saúde masculina local. Para conhecer outras experiências sobre a temática, acesse o banco de práticas da IdeiaSUS Fiocruz.

Publicado em 06/11/2025 14:31 Katia Machado (IdeiaSUS Fiocruz)

Por hora, 14 crianças são internadas por acidentes; saiba como evitar. Estudo aponta que hospitalizações cresceram 2% em relação a 2023

Em 2024, 121.933 crianças e adolescentes até 14 anos foram internados no Brasil vítimas de acidentes. Em média, são 334 hospitalizações por dia, o que representa cerca de 14 internações por hora em razão desses episódios.

Os dados fazem parte de um levantamento da Aldeias Infantis SOS, organização que lidera um movimento global sobre cuidados de crianças, jovens e famílias. O estudo foi elaborado a partir de informações do DataSUS, do Ministério da Saúde.

Quedas lideram internações

As quedas são a principal causa de lesões não intencionais de crianças e adolescentes, respondendo por 44% dos casos ou 54.056 internações. Logo em seguida estão queimaduras (19% ou 23.412 casos) e acidentes de trânsito (10% ou 12.196 ocorrências). Outras causas de internação envolvem intoxicações (3%), afogamentos (0,21%), sufocamentos (0,48%) e incidentes com armas de fogo (0,07%).

Em relação a 2023, o total de internações de crianças e adolescentes cresceu 2,2%. A maior alta foi nos casos de afogamento, com elevação de 11,8%, seguido de sufocamento (+11,2%) e acidentes de trânsito (+7,8%).

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Mortes

O mesmo estudo também analisa o número de crianças e jovens que morreram em decorrência de acidentes, a partir de dados de 2023. Ao todo, foram registradas 3.398 mortes por acidentes na faixa etária até 14 anos. Isso significa que, a cada dia, nove crianças perdem a vida em acidentes que poderiam ser evitadas em 90% dos casos, de acordo com a organização.

número representa um aumento de 5% em relação a 2022As principais causas foram sufocamento (30%), acidentes de trânsito (26%) e afogamento (26%). Foi registrado um crescimento de 20% das mortes por armas de fogo. Os óbitos causados por acidentes de trânsito aumentaram 8%, assim como relacionados a afogamentos. As mortes decorrentes de quedas cresceram  6%, e as provocadas por sufocamentos, 3%. No período, caíram apenas as mortes decorrentes de intoxicações (-3%) e queimaduras (-1%).

Acidentes por faixa etária

A pesquisa aponta que a faixa etária mais atingida por esses acidentes é entre 10 e 14 anos, com 36% das internações, seguida por crianças de 5 a 9 anos (35%) e de 1 a 4 anos (23%). Bebês com menos de 1 ano representam 5% dos registros.

De acordo com o estudo, a concentração de casos no intervalo de 5 a 14 anos, que totalizam 71% das internações, pode ser explicada pela maior autonomia de crianças e adolescentes nessa faixa etária. Como circulam mais livremente, também ficam mais expostos.

Prevenção

A Aldeias Infantis SOS e o Ministério da Saúde recomendam algumas medidas simples que podem evitar acidentes nesta faixa etária.

Confira:

  • Para evitar sufocamento, mantenha o lençol sempre ajustado ao colchão e fique atento para que o rosto do bebê não fique encoberto; 
  • Evite o contato da criança com peças pequenas, como clipes, botões, moedas e anéis. Ofereça brinquedos grandes e adequados para a faixa etária; 
  • Uma das principais causas de sufocamento é por alimentos. Evite oferecer a comida quando a criança estiver agitada, brincando ou dentro do carro em movimento; 
  • Evite que a criança tenha contato com sacos plásticos, cordões e fios; 
  • Não deixe a criança sozinha em cima de móveis e use barreiras, grades e redes de proteção em escadas e janelas; 
  • Não deixe a criança sob os cuidados de outra criança; 
  • Não deixe a criança sozinha na banheira e mantenha-a afastada de baldes, tanques, vasos, poços e piscinas. Mesmo um nível baixo de água pode causar afogamento; 
  • Bebês devem ser transportados sempre no bebê conforto ou na cadeirinha. Após os 7 anos e meio, as crianças deixam de usar a cadeira de transporte infantil, mas devem continuar sentando no banco de trás do carro, presas por um cinto de segurança de três pontas; 
  • Mantenha produtos de limpeza, medicamentos e produtos de higiene pessoal fora do alcance da criança, de preferências em armários altos e/ou trancados; 
  • Limite o acesso da criança à cozinha; 
  • Dê preferência por usar as bocas de trás do fogão e deixe os cabos das panelas virados para a parte central; 
  • Fique atento ao forno ligado, ferro de passar roupas, chapinha de cabelos, aquecedor e outros equipamentos quentes; 
  • Coloque protetores nas tomadas.

Agência Brasil