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Cientistas da Fiocruz estão na lista dos que mais influenciam decisões no mundo

Um levantamento publicado na quinta-feira (6/11) pela Agência Bori revelou os 107 cientistas brasileiros que mais influenciam no mundo. Eles estão entre os mais citados em documentos que embasam tomadas de decisão. Os dados são de um relatório inédito fruto de parceria entre a Agência Bori e a Overton, maior plataforma internacional dedicada a mapear a interface entre ciência e políticas públicas. Seis dos 107 pesquisadores são da Fiocruz.

Segundo os organizadores do relatório, o documento mostra que a ciência brasileira exerce influência concreta sobre políticas públicas, mas de maneira desigual entre áreas e perfis de pesquisadores (Arte: reprodução da internet)

A pesquisa identificou cientistas brasileiros mencionados em documentos estratégicos, relatórios técnicos e pareceres usados por governos, organismos internacionais e organizações da sociedade civil — cada um com pelo menos 150 citações. Assim, foram mapeados os 107 cientistas. O levantamento mostra que a produção deles embasou mais de 33,5 mil documentos de políticas públicas desde 2019.

Os cientistas da Fiocruz listados na relação são os infectologistas Beatriz Grinsztejn (381 documentos e 116 artigos), Valdiléa Veloso (227 documentos e 51 artigos) e Júlio Croda (211 documentos e 39 artigos), o virologista Felipe Naveca (205 documentos e 20 artigos), o epidemiologista Albert Ko (167 documentos e 41 artigos) e o médico Marcus Lacerda (218 documentos e 57 artigos). Há baixa presença de mulheres entre os cientistas do Brasil que mais influenciam políticas públicas: dos 107 mapeados, apenas 22 são mulheres, o que corresponde a 22,5% do total.

A maior parte dos pesquisadores tem trabalhos mencionados em documentos de tomadas de decisão sobre ecossistemas e uso da terra: entre os nomes listados, 37 (35%) se destacam por concentrar esforços em temas que fazem do Brasil uma peça-chave no debate ambiental global. Esses trabalhos tratam de desmatamento, conservação, restauração e do papel dos ecossistemas na regulação do clima e na oferta de serviços essenciais à sociedade. Os cientistas foram divididos em nove macrocategorias: Ecossistemas e Uso da Terra, Clima e Atmosfera, Doenças Infecciosas e Vacinas, Doenças não Transmissíveis e Serviços, Alimentação e Nutrição, Economia e Finanças, Políticas Públicas e Governança, Energia e Transição e Educação.

Segundo os organizadores do relatório, o documento mostra que a ciência brasileira exerce influência concreta sobre políticas públicas, mas de maneira desigual entre áreas e perfis de pesquisadores. As nove macrocategorias revelam onde a interface ciência-política está mais consolidada e onde ainda há lacunas relevantes. A baixa participação feminina e a concentração em determinados campos reforçam a necessidade de ampliar a diversidade e democratizar o acesso à formulação de políticas.

Para Ana Paula Morales, cofundadora e diretora da Bori, a incidência do conhecimento científico em tomadas de decisão passa pela comunicação do que é feito na academia. “Quando a evidência é comunicada de forma clara e acessível, molda o entendimento público e capacita a sociedade a exigir decisões embasadas no conhecimento”, disse. “Tornar a ciência visível não é apenas uma questão de reconhecimento — é expandir seu alcance e sua capacidade de transformar o cotidiano”.

Os cinco cientistas brasileiros mais influentes em tomadas de decisão são da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e da USP. Pela ordem, César Victora (Ufpel), Carlos Monteiro (USP), Aluísio Barros (Ufpel), Paulo Saldiva (USP) e Pedro Hallal (Ufpel). Todos atuam em saúde ou na intersecção entre saúde e ambiente e somam mais de 5,5 mil citações em documentos ligados a decisões públicas.

*com informações da Agência Bori

Publicado em 07/11/2025 14:59 Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)*

Encontro debate eliminação do mercúrio e fortalecimento da saúde ambiental

O evento Futuro sem Mercúrio: Parcerias Globais para a Saúde Ambiental, realizado esta semana no Rio de Janeiro, reuniu representantes da Pure Earth, da Fiocruz e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), além de gestores públicos, pesquisadores e organizações internacionais. A atividade ocorreu no contexto do Fórum de Líderes Locais, que antecede a COP30, com início na próxima semana em Belém. O encontro promoveu um diálogo sobre os desafios e oportunidades para a eliminação do mercúrio, destacando os impactos da poluição química na saúde humana e nos ecossistemas, contribuindo para os avanços na implementação da Convenção de Minamata, que completa oito anos. As discussões enfatizaram a importância da cooperação entre ciência, políticas públicas e comunidades para reduzir a exposição a contaminantes e proteger populações vulnerabilizadas.

O debate sobre o mercúrio reafirma o papel do Brasil na busca de soluções para a tripla crise planetária e evidencia a importância de alianças entre ciência, Estado e sociedade (Foto: VPAAPS/Fiocruz)

A assessora de Saúde e Ambiente da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz), Juliana Rulli Villardi, destacou que o enfrentamento à contaminação por mercúrio é uma agenda da saúde global e da justiça ambiental, que ultrapassa o campo técnico e ambiental e se inscreve como questão de direitos humanos e soberania sanitária. “O mercúrio atravessa fronteiras e atinge corpos, ecossistemas e culturas. Seus efeitos recaem principalmente sobre povos indígenas, ribeirinhos, trabalhadores da mineração e populações do campo, das florestas e das águas”, afirmou. Segundo ela, enfrentar o problema requer cooperação institucional, inovação e investimento contínuo.

Juliana ressaltou o papel estratégico da Fiocruz na integração entre ciência, políticas públicas e ação territorial em defesa da vida. Mencionou o Grupo de Trabalho Mercúrio e Saúde como ação institucional estratégica, que articula pesquisadores de diferentes unidades da Fiocruz, na construção de uma agenda de pesquisa cooperada voltada à proteção das populações expostas. Destacou ainda o Centro de Síntese em Saúde para Mudança do Clima, Biodiversidade e Poluição e a criação do Centro de Clima e Saúde em Rondônia como espaços de oportunidade para a articulação e fortalecimento dessa agenda, reforçando a presença e o compromisso da Fiocruz na Amazônia.

O chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima do Rio de Janeiro, Filipe Lopes, ressaltou a importância de incorporar o tema à agenda da cidade e aproximá-lo do cotidiano da população. “As pessoas compreendem melhor o impacto de uma enchente do que o de um contaminante invisível como o mercúrio. É fundamental traduzir esse problema em políticas públicas locais”, afirmou.

O cientista de dados Gabriel Vieira, do Centro de Inteligência Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, destacou que a integração entre vigilância e dados ambientais é essencial para prevenir agravos e orientar políticas baseadas em evidências. O Centro, pioneiro na América Latina, analisa informações sobre poluição do ar e eventos de calor e pretende incluir o monitoramento de metais pesados em suas análises epidemiológicas.

A experiência internacional foi apresentada pelo diretor de programa da Pure Earth no Peru, Rodrigo Velarde, que relatou iniciativas de vigilância sanitária e atenção a pessoas intoxicadas por mercúrio, além de projetos com mulheres mineradoras formais que adotaram tecnologias livres do metal. Segundo ele, as experiências mostram que é possível reduzir a exposição e manter a produção de forma segura, com apoio técnico e presença do Estado.

Em nome do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Adalberto Maluf Filho destacou que o Brasil vive um momento decisivo no avanço das políticas relacionadas à Convenção de Minamata. Entre os desafios, citou a necessidade de implementação de protocolos clínicos para populações contaminadas, rastreabilidade da cadeia do ouro, destinação segura do mercúrio apreendido e ampliação do inventário nacional de emissões. O secretário enfatizou também a importância da atuação conjunta entre o MMA, o Ministério da Saúde e a Funai na proteção de povos indígenas e comunidades amazônicas.

As falas convergiram em torno da urgência de fortalecer políticas integradas de saúde e ambiente, capazes de transformar evidências científicas em ações públicas. O Plano de Ação Nacional sobre o Mercúrio, em fase de elaboração pelo governo brasileiro, foi apontado como um marco importante nesse processo e será apresentado na Sexta Conferência das Partes da Convenção de Minamata (COP6), de 3 a 7 de novembro, em Genebra (Suíça).

A discussão também dialoga com a agenda climática que ganha força com a realização da COP30, na próxima semana, em Belém. Ao conectar os temas de clima, poluição e biodiversidade, o debate sobre o mercúrio reafirma o papel do Brasil na busca de soluções para a tripla crise planetária e evidencia a importância de alianças entre ciência, Estado e sociedade.

Publicado em 07/11/2025 14:23 Silvia Batalha (VPAAPS)

Ministro da Saúde reforça papel estratégico da Fiocruz em visita à África do Sul e à Indonésia

Durante missão oficial à África do Sul e à Indonésia nesta semana, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou o papel da Fiocruz como Secretaria Executiva Permanente da Coalizão Saúde do G20, reforçando o compromisso do Brasil com a produção de vacinas, medicamentos e tecnologias em saúde. Padilha participou de uma série de agendas, como reunião de ministros do bloco, com foco na ampliação de parcerias.

O ministro Alexandre Padilha no encontro com ministros da África do Sul e Indonésia (Foto: Divulgação/MS)

“O Brasil preside a Coalizão Saúde do G20, lançada pelo presidente Lula e a ex-ministra Nísia Trindade, em 2024. Agora, na África do Sul, apresentaremos a estrutura e as primeiras parcerias de desenvolvimento e produção, tendo a Fundação como Secretaria Executiva Permanente”, destacou o ministro em suas redes sociais. Padilha lembrou que a Coalizão já nasceu com importantes eixos de cooperação, como a produção de uma nova vacina contra a tuberculose e a Bright Initiative, que pretende “replicar o modelo do Japão e da Coreia do Sul para inovação e produção de medicamentos e vacinas”.

O ministro também anunciou a integração da União Africana e do CDC África à Coalizão, ampliando a representatividade e a capacidade de articulação entre países de diferentes continentes. A Fiocruz, que tem histórico de cooperação técnica com o CDC África, reforça, assim, seu papel de articuladora global no fortalecimento dos sistemas de saúde pública. Formalizada como Coalizão Global para Produção e Inovação Local e Regional durante a 78ª Assembleia Mundial da Saúde, da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, a iniciativa busca reduzir as desigualdades globais no acesso a produtos de saúde e fortalecer a capacidade produtiva de países do Sul global.

O Brasil exercerá a presidência da Coalizão pelos próximos dois anos, conduzindo a agenda sob os princípios de “solidariedade, igualdade e sustentabilidade”. A Fiocruz é a responsável por coordenar o plano de trabalho internacional, voltado à ampliação da produção regional e ao enfrentamento de doenças negligenciadas — uma ação que consolida o país como liderança na diplomacia da saúde e na promoção do acesso equitativo em escala global.

Publicado em 07/11/2025 14:03 Ana Paula Blower (Agência Fiocruz de Notícias)

Radis faz balanço da 5ª Conferência de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora

Mudanças no mundo do trabalho, redução da jornada, criação de uma Política Nacional de Saúde do Trabalhador, fortalecimento da vigilância em saúde do trabalho e revogação de reformas que precarizam a vida profissional estiveram em pauta na 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (5ª CNSTT). A conferência contou com ampla participação popular e destacou que a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras é direito humano. Tudo isso está na nova edição da revista Radis, publicada pela Fiocruz.

A revista mostra o que esteve em discussão no encontro. E lista quais os desafios estruturais do mundo do trabalho e como dar continuidade às lutas para que essas pautas deixem de ser promessa e se tornem realidade.

A edição também traz outros assuntos: iniciativas na atenção primária que valorizam o brincar no desenvolvimento infantil; o canto coral que promove saúde mental e inclusão; e o projeto Mosaic, que une ciência e saberes locais para enfrentar degradação ambiental. E ainda apresenta um estudo da Fiocruz que revela melhorias do parto vaginal no SUS, mas aponta falhas no pré-natal e altos índices de violência obstétrica.

Publicado em 06/11/2025 14:48 Informe Ensp

Novembro Azul: Fiocruz destaca práticas inspiradoras de cuidado com a saúde do homem

Este mês marca a campanha Novembro Azul, voltada à conscientização sobre a saúde do homem e à importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata — o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que entre 10% e 16% da população masculina desenvolverá a doença ao longo da vida. Em 2023, o país registrou 17.093 óbitos, o equivalente a cerca de 47 mortes por dia, e a projeção é de 71.730 novos casos por ano no triênio 2023-2025 — números que reforçam a urgência de ampliar o acesso ao cuidado e fortalecer a cultura da prevenção.

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), criada pelo Ministério da Saúde, orienta ações que buscam reduzir a morbidade e a mortalidade dessa população, promovendo condições de vida mais saudáveis e o enfrentamento dos fatores de risco. E eles não são poucos: os homens ainda morrem mais que as mulheres em todas as faixas etárias até os 80 anos, e a expectativa de vida deles é 7,1 anos menor. Entre os principais motivos de morte na faixa de 20 a 59 anos estão causas externas (como violências e acidentes), doenças do aparelho circulatório e as neoplasias, grupo em que o câncer de próstata se destaca.

Estilo de vida e desafios de acesso

Além dos fatores biológicos, o estilo de vida e o comportamento de autocuidado exercem papel decisivo na saúde masculina. Pesquisas apontam que os homens procuram menos os serviços de saúde e realizam menos exames preventivos do que as mulheres. Essa realidade, somada a hábitos de risco, como o consumo excessivo de álcool, alimentação inadequada e sedentarismo, eleva a probabilidade de doenças crônicas e reduz a chance de diagnósticos precoces.

Para enfrentar esses desafios, o SUS tem ampliado estratégias e ações com base na PNAISH voltadas à promoção da saúde do homem, muitas delas mapeadas e compartilhadas pela Plataforma IdeiaSUS Fiocruz, ambiente virtual que reúne mais de 3,5 milpráticas exitosas de todo o país. No mês do Novembro Azul, essas experiências se tornam exemplos concretos de como o cuidado pode ser construído de forma integral, humana e participativa. Ao reunir, valorizar e compartilhar essas iniciativas, a IdeiaSUS contribui para difundir práticas que inspiram novas formas de cuidar da saúde do homem no SUS, reforçando o princípio da integralidade e o papel da prevenção como caminho essencial para uma vida mais longa e saudável.

Experiências do SUS que inspiram o cuidado masculino

Em Porto Seguro (BA), a prática Mobilização social para detecção precoce do câncer de próstata na população indígena do município de Porto Seguro mobilizou a comunidade pataxó, garantindo mais de mil procedimentos em homens com mais de 40 anos, fortalecendo o diagnóstico precoce e o diálogo intercultural em saúde. Em Queimadas (PB), a iniciativa Saúde do homem além das fronteiras: a força da intersetorialidade municipal promoveu uma abordagem ampliada, que vai da sexualidade e paternidade à saúde mental, articulando diferentes setores e reduzindo barreiras no itinerário terapêutico para detecção e tratamento do câncer de próstata.

Outras experiências mostram como a ampliação do acesso pode transformar realidades. Em Santa Cruz (PB), o serviço Saúde do homem: mais acesso e qualidade com atendimentos noturnosfacilita o atendimento de trabalhadores que não conseguem buscar os serviços em horário comercial, enquanto em Esperança (PB), a ação Promovendo a saúde do homem: rompendo os entraves e ampliando a oferta de serviços oferece atendimentos em horários e datas diferenciadas, resgatando o vínculo entre o público masculino e as unidades básicas de saúde.

Em Petrópolis (RJ), a prática Indicadores para monitoramento das ações de promoção e atenção à saúde do homem fortalece a gestão e o planejamento das ações, com a construção de indicadores baseados na PNAISH, contribuindo para o conhecimento e acompanhamento do perfil de saúde masculina local. Para conhecer outras experiências sobre a temática, acesse o banco de práticas da IdeiaSUS Fiocruz.

Publicado em 06/11/2025 14:31 Katia Machado (IdeiaSUS Fiocruz)

InfoGripe: casos de influenza A aumentam no Sudeste e avançam para a Bahia

Divulgada nesta quinta-feira (6/11), a mais recente edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz chama atenção para a manutenção do aumento do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza A em São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro. O número de casos graves pelo vírus começa a apresentar início de aumento também na Bahia.

O atual cenário alerta que a Covid-19 segue em tendência de crescimento em alguns estados. As notificações dos casos graves do vírus continuam aumentando no Paraná, Santa Catarina e São Paulo, porém ainda em níveis baixos de incidência. No Espírito Santo, os casos de SRAG nos idosos associados à Covid-19 estão estáveis, mas ainda em níveis moderados de incidência.

A análise é referente à Semana epidemiológica 44, de 26 de outubro a 1º de novembro.  O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento de casos de SRAG no país. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública.

A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e responsável pelo InfoGripe, ressalta que em relação às crianças pequenas o estudo verificou em Sergipe uma alta atípica, para esta época do ano, de SRAG por vírus sincicial respiratório (VSR) em crianças pequenas. 

O Boletim sublinha que três estados apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco e alto risco, com tendência de crescimento: Mato Grosso do Sul, Paraíba e Tocantins. No Mato Grosso do Sul e na Paraíba o aumento de SRAG tem se concentrado nas crianças pequenas e tem sido impulsionado em grande parte pelo rinovírus.

Em Tocantins o número de casos de SRAG tem aumentado principalmente na faixa etária a partir dos 50 anos. Ainda não há dados laboratoriais suficientes no estado para determinar o vírus responsável pelo crescimento. Contudo, é possível que esse aumento esteja sendo impulsionado pela influenza A, devido à faixa etária mais afetada, e a proximidade do estado com Goiás e o Distrito Federal, que apresentaram uma alta recente de casos graves pelo vírus.

“Continuamos recomendando ações de etiqueta respiratória, como cobrir a boca com o braço ao tossir ou espirrar, fazer isolamento dentro de casa ou usar uma boa máscara em locais públicos em casos de aparecimento de sintomas de gripe ou resfriado. E, por último e não menos importante, manter a vacinação contra a influenza e a Covid-19 sempre em dia, especialmente para a população que apresenta maior risco de desenvolver quadros graves ou ir a óbito por esses vírus, como crianças pequenas, idosos e pessoas com alguma comorbidade. E pessoas que possuem maior exposição ao vírus como profissionais da área da saúde”, afirma a pesquisadora. 

Estados e capitais

Em nível nacional, os casos de SRAG apresentam sinal de estabilidade nas tendências de longo e de curto prazo. Três das 27 unidades federativas apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a Semana 44: Mato Grosso do Sul, Paraíba e Tocantins. No Espírito Santo, os casos de SRAG entre os idosos associados à Covid-19 estão estáveis, mas continuam em um patamar considerado moderado para o estado. Sobre o VSR, apenas Sergipe apresenta uma alta recente de casos graves do vírus em crianças pequenas.

O estudo verificou que 3 das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a semana 44: Florianópolis (SC), João Pessoa (PB) e Palmas (TO).

Dados epidemiológicos

Referente ao ano epidemiológico 2025 já foram notificados 204.086 casos de SRAG, sendo 107.393 (52,6%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 74.297 (36,4%) negativos e ao menos 9.174 (4,5%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.

Dentre os casos positivos do ano corrente, observou-se 23,2% de influenza A, 1,2% de influenza B, 40,1% de vírus sincicial respiratório, 28,2% de rinovírus e 8,2% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 24,8% de influenza A, 1,3% de influenza B, 6,4% de vírus sincicial respiratório, 37,8% de rinovírus, e 14,4% de Sars-CoV-2 (Covid-19).

Óbitos  

Referente aos óbitos de SRAG em 2025, já foram registrados 12.151 óbitos de SRAG, sendo 6.216 (51,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 4.804 (39,5%) negativos e ao menos 194 (1,6%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os óbitos positivos do ano corrente, observou-se 49,4% de influenza A, 1,8% de influenza B, 11,6% de vírus sincicial respiratório, 14,4% de rinovírus e 23,4% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas a prevalência entre os óbitos positivos foi de 24,7% de influenza A, 2% de influenza B, 3,5% de vírus sincicial respiratório, 28,8% de rinovírus e 39,4% de Sars-CoV-2 (Covid-19).

Publicado em 06/11/2025 12:08 Regina Castro (Agência Fiocruz de Notícias)

Fiocruz lança 2ª edição de curso de letramento racial para trabalhadores do SUS

O racismo permeia práticas, instituições e estrutura a sociedade brasileira, influenciando ainda o modo como se produz, se ensina e se faz saúde. Romper com antigas convenções sociais exige mais do que reconhecer o problema: exige ação. Nesse sentido, a Fiocruz lança a segunda edição do curso online e gratuito Letramento racial para trabalhadores do SUS. A primeira edição contou com quase 23 mil participantes. Junto ao lançamento da edição 2025 do curso ocorreu a aula aberta Racismo e antirracismo no SUS, nesta terça-feira (4/11), e o lançamento do livro Letramento racial para trabalhadores do SUS.

A formação propõe um mergulho crítico nas relações entre racismo e saúde, convidando profissionais e estudantes a repensarem suas práticas e a incorporarem uma postura antirracista no cotidiano do cuidado, da gestão e da formação em saúde. Ser antirracista é um compromisso ético e político, além de ser também um passo necessário para garantir o direito universal à saúde. Nesta segunda edição, o curso amplia e fortalece o debate sobre racismo institucional, equidade racial e práticas transformadoras no SUS, com conteúdos interativos, recursos abertos e acessíveis. Este curso foi o primeiro produto publicado no âmbito do edital Inova Educação – Recursos Educacionais Abertos, promovido pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz). O curso é organizado pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e o Campus Virtual Fiocruz.

Curso como introdutor e catalisador do debate

O curso é especialmente voltado a profissionais do SUS e estudantes, mas aberto a todas as pessoas interessadas no tema. Segundo a pesquisadora da Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) Regimarina Soares Reis, que é coordenadora da formação, a iniciativa é pioneira com essa abordagem em nível nacional. Ela aponta que, em um debate historicamente invisibilizado, certamente, este curso também está abrindo caminhos e estimulando a realização de outras iniciativas locais.

“A primeira oferta constituiu uma etapa estratégica para fortalecer a capacidade de trabalhadores em fazer frente ao racismo estrutural que está entranhado nas instituições de saúde”, comenta Regimarina, destacando ainda que o expressivo número de participantes da primeira edição, provenientes de todas as regiões do país, aponta o tamanho da dimensão da percepção da necessidade de transformação de práticas racistas naturalizadas. A ideia, diz ela, “é que o letramento racial seja um meio, tal como uma ferramenta pedagógica, que apoie a produção de conhecimentos e práticas de saúde orientadas pela equidade sociorracial no SUS. Entender como o racismo é produzido na estrutura da nossa sociedade, os mecanismos a partir dos quais ele opera, e as possibilidades antirracistas permitirá a construção de um posicionamento crítico frente às tensões raciais”.

O jornalista da Fiocruz Leonardo Azevedo, que tem destacada atuação na luta antirracista na instituição — e será homenageado no encontro Trajetórias Negras Fiocruz 2025, em 11 de novembro —, participou da primeira edição do curso e ressalta que, apesar de ser especialmente voltado para os trabalhadores do SUS, a formação “é uma oportunidade para que todas as pessoas possam observar e desconstruir práticas racistas no dia a dia, nas interações pessoais e no trabalho, construindo uma sociedade antirracista e comprometida com equidade racial”. Ele comenta também sobre a riqueza dos materiais, além da facilidade de realizar o curso de forma flexível e autônoma.

Leonardo defende que o letramento racial possibilita entender que o racismo é uma questão estrutural e atual e que todos, não apenas os negros, devem estar comprometidos com a luta antirracista. “É preciso enfrentar o racismo, adotar práticas antirracistas e promover a equidade racial em artes, textos, vídeos, imagens e todas as ferramentas e canais que nós, profissionais de comunicação, atuamos e temos responsabilidade. É fazer uma análise crítica das narrativas, promover a diversidade nas redações, assim como a formação e o diálogo contínuo. É adotar um vocabulário racial, para que a linguagem não perpetue o racismo em nossos materiais. É dar visibilidade a pessoas negras em áreas e assuntos distintos, não apenas em assuntos relacionados ao racismo”, argumenta.

O livro Letramento racial para trabalhadores do SUS foi escrito por Marcos Araújo (UFBA), Daniel Campos (UFRJ), Letícia Batista (EPSJV/Fiocruz) e Regimarina Reis (EPSJV/Fiocruz), com prefácio de Emiliano David (Uerj) e Ingrid D’avilla (EPSJV/Fiocruz). A aula teve a mediação de Sandra Vaz (UFF)

Publicado em 04/11/2025 11:48 Isabela Schincariol (VPEIC)

Rio sedia maior evento de inovação na área da saúde na América Latina

Fisweek25 começa nesta quarta-feira no ExpoRio Cidade Nova

Com a expectativa de reunir dez mil participantes, entre eles dois mil executivos, começa nesta quarta-feira (5), no Rio de Janeiro, a Fisweek25, maior evento de inovação, criatividade e tendências da saúde na América Latina. Também estarão presentes 700 palestrantes, representantes de 1.200 empresas e pelo menos 180 startups do setor.

Fisweek25 é uma iniciativa da FIS, maior comunidade de saúde da América Latina, que conta com uma rede de mais de 40 empresas e entidades parceiras. A FIS é uma organização sem fins lucrativos que objetiva ampliar o acesso à saúde pública e privada e será realizado no ExpoRio Cidade Nova, na região central da capital fluminense.

O evento tem uma estrutura 14 palcos, além de mais de 300 painéis. Temas como Bem-Estar e Longevidade; Complexo Industrial e P&D; Educação, Ética, Regulação e Direito da Saúde; e Experiência, Jornada e Engajamento na Saúde estarão em pauta.

Sue Ann Clemens, a infectologista brasileira que liderou os testes da vacina Oxford/AstraZeneca durante a pandemia; e o médico e gerontólogo Alexandre Kalache, ex-diretor da Organização Mundial da Saúde e referência global em envelhecimento ativo estão entre os participantes.

Também participam do evento instituições como: Todos Juntos Contra o Câncer, Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Fórum Pediatria, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Nacional de Câncer (Inca) e Academia Nacional de Medicina. Edição: Aécio Amado

Agência Brasil Publicado em 04/11/2025 – 08:02 Rio de Janeiro

Fiocruz e instituições divulgam Manifesto por uma Segurança Pública Cidadã para o Rio

Em função da mais letal operação policial da história da cidade do Rio de Janeiro, ocorrida na terça-feira (28/10), que resultou na morte de 121 pessoas – número que supera o Massacre do Carandiru, em São Paulo -, o Conselho Deliberativo (CD) da Fiocruz, ao lado de instituições públicas e entidades civis e comunitárias, divulgou nesta quarta-feira (29/10) um manifesto em que clama por uma Segurança Pública Cidadã. O documento enfatiza que “os impactos da violência armada no Rio de Janeiro não são novidade e vão muito além das estatísticas de criminalidade. Agudizam uma crise de natureza socioeconômica que há muito corrói o cotidiano das pessoas, o refúgio de suas casas e mesmo seus momentos de lazer, subtraindo a integridade física e mental de comunidades inteiras”. Para os signatários, “política de segurança pública se constrói com etapas planejadas e estruturantes para resultados socialmente justos e duradouros, não pela rotina brutalizante que sobrecarrega comunidades já castigadas pelo crime e pela precarização”. O manifesto traz uma lista de exigências às autoridades e ressalta que “é preciso valorizar o diálogo, a paz e a vida”. Abaixo, a íntegra do documento.

Manifesto por uma Segurança Pública Cidadã para o Rio de Janeiro

“Nós, abaixo assinados, repudiamos a operação policial conjunta realizada no Rio de Janeiro e em partes de Niterói e São Gonçalo nesta terça-feira, 28 de outubro, que evidenciou a insustentabilidade das políticas estaduais de segurança. Semana após semana, a invisibilidade administrativamente consentida das “zonas de exceção” e a falácia cruel do “confronto permanente” como prática de governo produziram como saldo assustador o extermínio sem julgamento, para tantos, e o caos social para todos. Neste momento de dor e perplexidade, manifestamos solidariedade à população carioca por uma ação policial que resultou em vítimas e colocou em risco a vida e a integridade das pessoas.

Não nos enganemos. Os impactos da violência armada no Rio de Janeiro não são novidade e vão muito além das estatísticas de criminalidade. Agudizam uma crise de natureza socioeconômica que há muito corrói o cotidiano das pessoas, o refúgio de suas casas e mesmo seus momentos de lazer, subtraindo a integridade física e mental de comunidades inteiras. O sofrimento incessante, os adoecimentos e óbitos desembocam em um problema de saúde pública.

Enquanto escrevemos esta nota, os números de mortos aumentam e são contados por famílias dos complexos do Alemão e da Penha. Cabe indagar: a quem interessa a manutenção e agravamento da ambiência de insegurança e medo decorrente da violência armada na capital e região metropolitana?

Não se trata de um conflito armado não intencional, mas de um fenômeno multidimensional que há muito adoece nossa cidade, cancela o sonho de estudantes, impede o tratamento de doentes, rouba a tranquilidade das famílias, tira o sustento dos trabalhadores. Ignorá-lo é irresponsabilidade administrativa, tratá-lo via necropolítica é alimentá-lo.

Política de segurança pública se constrói com etapas planejadas e estruturantes para resultados socialmente justos e duradouros, não pela rotina brutalizante que sobrecarrega comunidades já castigadas pelo crime e pela precarização.

Exigimos:

– Preservação da vida e valorização de direitos;
– Proteção e manutenção da rotina das pessoas;
– Respeito às instituições de Estado que garantem os direitos constitucionais;
– Articulação efetiva com o Governo Federal, planejamento intersetorial e postura preventiva como política pública;
– Formação cidadã das forças de segurança;
– Inteligência informada por evidências com foco em redes criminosas;
– Transparência e controle social para dimensionamento e gestão de riscos.

A interrupção de atividades das instituições e equipamentos públicos não só prejudica seu funcionamento como representa uma violação de acesso a direitos e gera um ambiente de insegurança, medo e instabilidade. A lógica da ocupação e extermínio praticados no Estado do Rio de Janeiro ignora as instituições garantidoras de direito e desrespeita o STF quando descumpre a ADPF das Favelas (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635, estabelecendo regras contra a letalidade policial nos lugares favelizados).

Midiatizar a violência armada não é dar transparência às ações de segurança pública. É espetacularizar a vergonhosa falta de acesso a melhores condições de vida e a prática do extermínio como política – enfim, a privação de direitos a que estão expostas as gerações do agora e do amanhã.

Hoje, sob a mais desastrosa e letal operação policial de sua história, o Rio de Janeiro despertou, ainda que tardiamente, para a realidade de que o caos nutrido pela desigualdade e pela violência rotineiras não gera espaços seguros para ninguém, nem civilidade possível, nem futuro em comum.

É preciso valorizar o diálogo, a paz e a vida.

Rio de janeiro, 29 de outubro de 2025

Conselho Deliberativo da Fundação Oswaldo Cruz (CD Fiocruz)
Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Programa Institucional sobre Política de Drogas, Direitos Humanos e Saúde Mental (PDHSM/Fiocruz)
Programa Institucional de Articulação Interserorial Violência e Saúde (Pivs/Fiocruz)
Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/Ensp/Fiocruz) 
Instituto Fogo Cruzado
Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc)
Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes)
Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco)
Organização Mulheres de Atitude 
Redes da Maré 
Conselho Gestor Intersetorial de Manguinhos
Redeccap de Empreendimentos Sociais (Redeccap)
Espaço Casa Viva de Manguinhos
Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme)
Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESec)
Associação Brasileira de Redução de Danos (Aborda)     
Rede Brasileira de Redução de Danos e Direitos Humanos (Reduc) 
Plataforma Brasileira de Políticas de Drogas (PBPD)
Grupo de Estudos Ciências Humanas e Saúde: Interlocuções Interdisciplinares/PUC-Rio
NIS-UFRJ (Núcleo de Inclusão Social)
LEA (Laboratório de Ética Animal e Ambiental) – UFF
Nós: Dissidências Feministas – UFRJ
Grupo de Trabalho Saúde Internacional e Soberania Sanitária do Clacso – Núcleo Brasil/Grupo de Estudos Feminismos Decoloniais, Racismo e Saúde
Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos Sobre Drogas (Abramd)
Associação Cultural Movimento Desabafo Urbano (Modu)
⁠Rede Jurídica pela Reforma da Política de Drogas (Rede Reforma)
⁠Conectas Direitos Humanos                          
Escola Livre de Redução de Danos
Frente Estadual pelo Desencarceramento do Rio de Janeiro
Conselho Comunitário de Manguinhos 
⁠Projeto Marias – como posso ajudar meu filho especial
Associação de Moradores do Conjunto Habitacional Nelson Mandela 
Coletivo Manguinhos Solidário 
Coletivo Manguinhos contra a Violência
Movimento Candelária Nunca Mais
Movimento Popular de Favelas (MPF)
Centro de Convivência É de Lei
⁠Movimento Mães de Manguinhos
Rede de comunidades e movimentos contra violência
Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado
Conselho Comunitário de Segurança pública – Aisp 22
Levante Popular da Juventude
Movimento das Comunidades Populares (MCP)

Publicado em 29/10/2025 15:49

Fundação Oswaldo Cruz

Casos de síndrome respiratória grave caem no país: Amazonas ainda têm alta de registros em crianças pequenas

Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por vírus sincicial respiratório (VSR) e influenza A estão em queda no país. O Amazonas é o único estado ainda com aumento de notificações entre crianças de até 2 anos, conforme boletim semanal  InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (21).

Neste ano, já foram notificados 159.663 casos, sendo que em 53,4% foram detectados a presença de vírus respiratório.

Entre os casos positivos, 45,5% foram provocados pelo vírus sincicial, seguido por influenza A (25%). Nas quatro últimas semanas, a prevalência dois dois vírus permanece.

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Rinovírus e Covid

O estudo alerta, no entanto, para tendência de alta no número de casos de  rinovírus em crianças e adolescentes de 2 a 14 anos no Nordeste e no Centro-Sul. Além disso, foi identificado leve aumento de casos de Covid-19 entre os idosos, a partir de 65 anos, no Amazonas e na Paraíba.

Os estados do Ceará e Rio de Janeiro também apresentam crescimento nas notificações por Covid-19.

A Fiocruz reforça a importância da vacinação em dia contra a Covid-1, principalmente de idosos e pessoas imunocomprometidas, que devem tomar doses de reforço a cada seis meses.

A orientação é que crianças e adolescentes com sintomas de gripe ou resfriado fiquem em casa e evitem ir à escola, para não transmitir o vírus. Se não for possível, o ideal é que usem uma máscara. 

Douglas Corrêa – Repórter da Agência BrasilPublicado em 21/08/2025 – 17:52 Rio de Janeiro