10ª Reunião do Comitê Consultivo da Biblioteca Virtual em Saúde Pública do Brasil

São Paulo, 14 de agosto de 2006, das 11h00 às 17h00
Local: FSP/USP

Introdução

A Décima Reunião do Comitê Consultivo da Biblioteca Virtual em Saúde Pública do Brasil foi realizada no dia 14 de agosto de 2006 na Faculdade de Saúde Pública da USP, em São Paulo, com a presença de representantes das instituições do Comitê Consultivo Nacional.

Participantes

1. BIREME/OPAS/OMS: Abel Packer,  Cláudia Guzzo
2. CGDI/MS: Márcia Rollemberg, Eliane Santos,
3. CICT/FIOCRUZ/MS: Ilma Noronha, Jussara Long
4. FSP/USP: Angela Maria Belloni Cuenca, Eidi Raquel Franco Abdalla
5. ISC/UFBA: Rosana Aquino Guimarães Pereira
6. ABRASCO: Rita Barradas Barata

Agenda

A reunião teve início com a abertura de Abel Packer, que apresentou a proposta de agenda e os objetivos da reunião:
. Apresentar os projetos de ampliação da BVS Saúde Pública para o Biênio 2006-2007, com ênfase nos projetos financiados pelo Ministério da Saúde, cuja formulação foi realizada em conjunto com a CGDI/MS
. Discutir assuntos específicos relativos a condução da BVS Saúde Pública Brasil

Desenvolvimento

A reunião foi iniciada com a apresentação dos participantes e a formalização do ingresso do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA como novo integrante do Comitê Consultivo da BVS SP, seguindo recomendações de reuniões prévias.

Em sua apresentação sobre o estado atual de desenvolvimento da BVS, Abel Packer retomou os objetivos da Rede BVS em promover o acesso equitativo à informação científica e técnica em saúde com base no trabalho em rede (BVS, SciELO e SciENTI). Um aspecto destacado na apresentação foi a questão do controle de qualidade nas fontes de informação e o papel do Comitê Consultivo.

Na seqüência, Cláudia Guzzo relatou alguns dos resultados obtidos com o projeto anterior, indicando que o informe final de atividades desenvolvidas já está publicado na BVS, e apresentou o Projeto de Ampliação da BVS SP Brasil para o biênio 2006-2007, proposta que foi construída em conjunto pela BIREME e CGDI/MS, que aceitará colaboração das demais instituições parceiras.

Com relação ao conjunto de projetos que é financiado pelo MS, Márcia Rollemberg relatou a importância de mostrar mais visibilidade a esta ação nas atividades desenvolvidas pela BVS, solicitando a avaliação do Comitê para esta necessidade.

Angela Cuenca apresentou suas dúvidas sobre a base de dados Coleciona-SUS, o que deu origem a um debate sobre o escopo e abrangência desta base de dados. Márcia Rollemberg aclarou que a rede Bibliosus, que produz a base Coleciona-SUS, é parte integrante  da Rede Brasileira da BVS, incorporando instituições no âmbito do SUS e utilizando as mesmas metodologias e tecnologias da BVS. Foi proposto que a fonte Coleciona-SUS poderia caracterizar-se em um tipo de repositório eletrônico institucional, nova tendência, inclusive já com várias iniciativas em países desenvolvidos.

Claudia Guzzo apresentou também o relatório de análise de situação da base de dados LILACS-SP, atendendo a uma das macroatividades do projeto em andamento, e a proposta discutida em reuniões anteriores de absorver esta base de dados na LILACS, por conta de terem os mesmos critérios de seleção, escopo e abrangerem literatura de interesse temático comuns. Os presentes expuseram suas considerações e dúvidas sobre essa decisão, entre elas, que seria desejável que os centros cooperantes da LILACS aprimorassem a indexação dos documentos quando pertinentes à área de saúde pública.

Eliane Santos questionou se o tratamento dado a LILACS-SP seria estendido às bases de dados temáticas nas BVS, como a BDENF por exemplo. Cláudia Guzzo explicou que são situações distintas, e que bases específicas justificam-se quando os critérios são diferenciados e existe atualização constante com a liderança de uma das instituições do comitê, de modo que existe uma certa flexibilidade quanto a esta política.

Diante do resultado da análise da BIREME, que constatou que os registros na LILACS-SP já estão todos na LILACS, o Comitê Consultivo aprovou a que os registros constantes na LILACS-SP sejam representados apenas na LILACS, retirando-se a LILACS-SP da BVS. Assim, fica extinta a base Lilacs-SP nos moldes como se encontra atualmente, porém a preocupação com a indexação de seus registros deverá ser mantida de forma que atenda plenamente as necessidades de informação da área da saúde pública.

O Comitê recomendou a revisão e ampliação dos critérios da LILACS, para que seja reduzida a necessidade de bases de dados temáticas paralelas, e consequentemente, a duplicação de registros.  A ampliação dos critérios LILACS foi reforçado pela FSP/USP lembrando que algumas das revistas da AdSaude não foram aceitas na LILACS, e se faz necessária algumas definições quanto a estes aspectos.

Ilma Noronha relatou que a FIOCRUZ também teve revistas que não foram aceitas pela LILACS. Abel Packer aconselhou-os a analisar o porquê não foram aceitas, pois algumas poucas mudanças eventualmente podem resolver esta questão e que as decisões dos comitês de seleção da LILACS e SciELO são totalmente independentes.

Angela Cuenca destacou a contribuição e importância que critérios LILACS e SciELO adquiriram nos últimos anos, principalmente em função das exigências da CAPES.  Na seqüência Abel Packer relatou a estrutura de indexação de periódicos em saúde na América Latina e Caribe, a promoção do movimento de acesso aberto para aumentar a visibilidade e acessibilidade dos periódicos publicados nos países da AL&C e destacou a importância da criação do SciELO SUS com uma coleção selecionada de periódicos publicados no âmbito do SUS, preenchendo lacunas da produção bibliográfica  brasileira

Discutiu-se ainda a possibilidade da criação de repositórios Open Access institucionais na BVS, onde as instituições poderiam depositar textos completos capazes de gerar metadados e com isso aprimorar a BVS. Em particular, Abel Packer sugeriu o estabelecimento de um repositório do SUS que deverá ser operado no espaço da BVS. Colocou-se ainda que este poderia ser um futuro projeto, com o objetivo de assegurar a estabilidade de documentos em texto completo, disponíveis em diferentes servidores.

Salientou-se a importância do uso do DeCS para descrição destes documentos.

O Comitê destacou a importância de reuniões mais regulares para aprovação de políticas que são fundamentais para o norteamento de projetos e para estimular o surgimento de novas idéias, ao que se colocou a possibilidade de, além das reuniões regulares do Comitê Nacional, houvesse a realização de seminários técnicos  voltados a evolução e gestão da BVS como um todo.

Foi iniciada uma etapa final para pronunciamento das instituições acerca dos projetos apresentados e esclarecimento de dúvidas.

Márcia Rollemberg afirma a importância de que todas as temáticas nacionais venham a convergir para a BVS Brasil, que contará com o fomento do Ministério da Saúde.

Rosana Aquino Guimarães Pereira agradece o convite ao ISC para integrar o Comitê, colocando-o como colaborador no desenvolvimento da BVS. Afirma ter ficado impressionada com os projetos, relatando especial interesse na participação do subprojeto 8, quanto ao desenvolvimento de evidências em saúde pública. Finaliza afirmando estão dispostos a atuar institucionalmente pela ABRASCO e ISC, apoiando as iniciativas da BIREME e da BVS.

Angela Cuenca pergunta sobre a continuidade do subprojeto ITD, e sendo informada que esta linha não foi priorizada para financiamento pelo MS para o Projeto da BVS SP Brasil. Explica-se a diferença do ITD para o portal de evidencias e a importância desta iniciativa no incentivo às instituições em traduzir o conhecimento acumulado para estimular o funcionamento do SUS, trabalhando-se com grandes tópicos de saúde pública com foco nos gestores de saúde. Fica a recomendação de se voltar a desenvolver conteúdos para esta fonte de informação.

Foram debatidas também as expectativas da BVS Brasil, uma vez que a mesma contará com seu próprio Comitê Consultivo, considerando-se representantes de Comitês das BVS Nacionais.
Informou-se que a diretriz de desenvolvimento de BVS Temáticas é a demanda e necessidade de uso da informação.  Eidi Abdalla reforçou a importância de se compartilhar entre as instituições do Comitê suas políticas de informação de forma concisa e explícita, como subsídio as decisões desse fórum.

Ilma Noronha ressaltou a importância de se trabalhar a questão da BVS Brasil também como parte do projeto BVS em língua portuguesa, fortalecendo a rede com a ampliação de centros cooperantes. Em seu parecer, as instituições devem buscar fomento para seus projetos institucionais, afim de se tornarem sustentáveis e solidárias. E destacou a importância do fortalecimento da BIREME enquanto instituição Latino-Americana e capaz de desenvolver projetos a longo prazo, independente da situação governamental de cada país.

Discorreu ainda sobre o projeto E-Port e a importância de se promover um projeto de informação para as realidades dos países africanos de língua portuguesa, para que se possa avançar em termos de Brasil, AL&C e países de língua portuguesa.

Marcia Rollemberg informa que a CGDI defende a criação de uma política nacional pública na área da informação convergente à BVS, discutindo a parceria BIREME e todas as outras iniciativas. Solicitou ainda a colaboração das instituições em analisar e apresentar resultados sobre os projetos específicos, proposta que foi construída cooperativamente por BIREME e CGDI, buscando trabalhar de forma descentralizada, em rede e regionalizada.

Abel Packer encerrou a reunião agradecendo a presença de todos e passa a palavra para
Dra. Teresinha Andrade, que apresenta o programa e os objetivos do Fórum de Editores Científicos da Área de Saúde Pública evento paralelo ao congresso da ABRASCO, uma parceria da Revista de Saúde Pública com a BIREME, que acontece no dia 20 de agosto no Rio de Janeiro.

Ilma Noronha relatou que este tema também converge para a oficina que ocorre no Rio Centro na segunda-feira. Márcia Rollemberg informa que na terça-feira haverá uma apresentação sobre Patrimônio Cultural e a inauguração da exposição Nise da Silveira no Centro Psiquiátrico Pedro Segundo.

Não havendo mais contribuições, foi encerrada a reunião.